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A PRAÇA TIRO-DE-GUERRA

O Tiro de Guerra 176 foi uma unidade formadora de reservistas. Localizada em Campinas, ela é considerada a predecessora das atuais Organizações Militares existentes na nossa cidade. Sua sede funcionou na Rua Antônio Cezarino e no Palácio dos Azulejos, na região central. Já o Estande de Tiro funcionava na região do Jardim do Trevo.

Com a extinção do Tiro de Guerra nº 176, que funcionara de 1910 a 1945, foi criada uma Associação de Ex-Atiradores do Tiro de Guerra de Campinas, com a finalidade de manter a memória da Tradicional entidade de formação de reservistas em nossa cidade. Anualmente, na Semana do Soldado, a Loja Casa Hernani cedia sua vitrine à Associação dos Ex-Atiradores para a montagem de uma exposição sobre equipamentos e fardamentos do Tiro de Guerra 176.

A Associação dos Ex-Atiradores também mantinha catalogados esses equipamentos para a hipótese de que, um dia, fosse montado um museu contando a História do Tiro de Guerra de Campinas. Após uma bem-sucedida campanha da Associação dos Ex-Atiradores, liderada pelo Sargento Jair Pires de Camargo (Sargento Auxiliar do Tiro de Guerra de 1940 a 1945), a Lei 2845, de 20 de maio de 1963, determinava que a “Praça 3” no Bairro Jardim Chapadão, na confluência da Rua Bento da Silva Leite e avenidas Luiz Smânio, Papa Pio XII e Andrade Neves, fosse denominada “Praça Tiro de Guerra 176”.

Em 21 de abril de 1970, ocorreu a inauguração com a participação de autoridades civis e militares, de um grande número de reservistas, de uma Companhia de Alunos e da Banda de Música da Escola Preparatória de Cadetes do Exército. A programação da solenidade foi a seguinte:

“- Hino Nacional executado pela Banda da Escola Preparatória de Cadetes do Exército;

- Oração do jornalista João Lanaro, autor do projeto de lei que instituiu o nome Tiro de Guerra 176 à praça;

- Execução, pela Banda da Escola de Cadetes, do Hino do Tiro de Guerra 176 (letra de Benedito Otavio e música do Maestro Salvador Bovi;

- Oração do Sr. Helio Martini, representando os ex-atiradores e ex-dirigentes;

- Inauguração da Praça, com o descerramento de placa pela autoridade de maior patente presente, com revoada de pombos organizada pelo ex-atirador Geraldo Evaristo Baptista, conhecido columbófilo da cidade;

- Sobrevoo de aviões do Aeroclube de Campinas, com chuva de pétalas ofertadas pela Floricultura Campineira, do Ex-Atirador Nuto Tilli;

- Toque de silêncio pelo corneteiro-mor da Escola Preparatória de Cadetes do Exército, como homenagem aos atiradores e dirigentes falecidos;

- Encerramento com o Hino Nacional cantado pelos presentes.”

 

Em 1977, a Praça Tiro de Guerra 176 sofreu melhorias e foi reinaugurada, em 31 de outubro, pelo Prefeito Lauro Péricles Gonçalves. O Acervo do Tiro de Guerra 176 foi doado pelo último presidente da Associação de Ex-Atiradores, Desembargador José Augusto Marin, para o Museu do Forte Anhanguera. Esse museu, aberto à visitação, localiza-se no centenário casarão onde está sediado o Comando da 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada, na Fazenda Chapadão, em Campinas.

Neste ano de 2023, a reforma da Praça Tiro de Guerra 176, promovida pela Prefeitura Municipal de Campinas e Supermercado Pague Menos, mantém preservados a placa original e os mastros das bandeiras. Juntamente com a Exposição Permanente do acervo do Tiro de Guerra na Sala sobre a História do Exército em Campinas, no Museu do Forte Anhanguera, essa obra contribui para manter viva a memória do Tiro de Guerra nº 176, que funcionou de 29 de julho de 1910 a 31 de outubro de 1945. Durante esse período, o Tiro de Guerra nº 176 formou reservistas em Campinas e região, com efetiva participação em diversos eventos históricos ocorridos no período, tais como o reforço ao policiamento durante a greve geral de 1917; os preparativos para uma possível participação do Brasil na 1ª Guerra Mundial; a retomada de Campinas durante a Revolução de 1924; a Revolução Constitucionalista de 1932, quando formou, desde o início do conflito, o 3º Batalhão do 5º Regimento de Infantaria, que atuou na região do Tunnel da Mantiqueira; e a formação de grande parte dos reservistas de Campinas convocados para a 2ª Guerra Mundial e que integraram o 6º Regimento de Infantaria da FEB.

 

Cap Flávio Costa

 Pesquisador e Curador do Museu do Forte

Anhanguera nos anos 2019 e 2020

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