O BOSQUE DA TRADIÇÃO

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- O início da “tradição” -
Em 17 de julho 1967, o então Comandante da EsPCEx, Coronel José ALBUQUERQUE, convidou o Maj R1 Pedro BERALDO, Ex-Combatente da FEB, para trabalhar como encarregado do ajardinamento da Escola.
Segundo relatos, o Maj Beraldo, entusiasta desde criança do plantio de sementes e pioneiro nas ações de preservação ambiental na Escola, sugeriu ao Cel Albuquerque que fossem plantados bosques nas grandes áreas descampadas da Escola. O Comandante aprovou a ideia.
No diário pessoal do Maj Beraldo consta seu deslocamento, em 15 de setembro de 1967, para a área de Tupy Paulista, de onde trouxe 26 mudas de pau-brasil, para serem plantadas na EsPCEx, em comemoração aos 26 anos de existência da Escola.
Em 26 de setembro de 1967, o Gen Ex Syzeno Sarmento, então Comandante do II Exército, realizou o plantio de uma árvore de pau-brasil, sendo esta a 27ª muda plantada no bosque.

Na folha 186 do Livro dos Registros Históricos da OM consta que, em 1968, a Turma General Moreira Couto, em seu 1º ano na Escola Preparatória de Cadetes, realizou, pela primeira vez, o plantio de uma muda de pau-brasil no Bosque da Tradição, no contexto das comemorações dos 28 anos da EsPCEx. Segue a transcrição "ipsis litteris" da inscrição constante da imagem abaixo:
“ Neste bosque simples, plantamos hoje uma essência de Páu Brasil, simbolizando mais um ano de vida de nossa Escola. Estamos plantando uma tradição. São 28 anos aqui materializados com a árvore que o símbolo da nossa terra e lhe traz o nome. Em nossas horas de lazer, vinde trazer vosso entusiasmo de jovens para regar êste bosque, dêle emanará a vibração patriótica que retemperará os desiludidos. Quando precisardes de alento, vinde até êste recanto e sentireis as forças reconfortadoras, tomar conta de vós. Aqui tristezas se transformarão em alegrias serão propagadas até vossos lares, em todos os rincões da terra Brasileira, levando a mensagem de nossa fé. ”

- Hoje -
Um dos elementos de maior destaque na área que envolve a nossa querida Escola, com certeza, é a exuberância de sua imensa área verde, cuja preservação é motivo de orgulho para os seus integrantes.
Desde a transferência para Campinas, foram implantados diversos bosques formados por espécies raras da Mata Atlântica, refúgio seguro para a fauna e a flora, em meio à imensidão de concreto que envolve a centenária Fazenda Chapadão.
Neste cenário, destaca-se o Bosque da Tradição, que, a cada ano, no dia 17 de setembro, recebe mais uma muda de pau-brasil, plantada pelo aluno mais jovem da Turma e pela Praça Mais Distinta da incorporação daquele ano, acompanhados pelo Comandante da Escola. Esse gesto, além de celebrar o aniversário desta magnífica Instituição de Ensino Superior Militar, exalta a natureza e evidencia o despertar de novas vocações que engrandecem o Exército Brasileiro e a nossa Pátria. Como forma de eternizar essa relação, a muda carrega o nome da turma de alunos que ingressou na Escola no ano em que ela foi plantada.
- Fortalecendo a “tradição” -
Aquela pequena muda, se bem adubada, cuidada e regada, crescerá, florescerá e dará novas sementes, repetindo o ciclo virtuoso da natureza. Assim também é o ciclo de renovação de nossa Escola. Todos os anos, como o Bosque da Tradição, ela recebe jovens oriundos de todos os rincões de nosso imenso Brasil, que, depois de absorverem a seiva do conhecimento e do profissionalismo, ingressarão na Academia Militar das Agulhas, onde prosseguirão a sua formação militar. Uma vez concluídos os estudos e declarados Aspirantes a Oficial, seguirão para as mais diversas Organizações Militares, onde se transformarão em sólidos troncos de madeira de lei, espalhando as sementes do conhecimento e da vocação militar pelos campos, veredas, serras, matas e florestas dessa imensa Pátria, fortalecendo e amalgamando cada vez mais os princípios e valores de nosso Exército.
- A continuidade da “tradição” -
Espelhando a característica de continuidade da nossa formação militar, as mudas plantadas mais recentemente são oriundas de sementes das árvores que foram plantadas neste mesmo bosque há mais de 50 anos. Não por acaso, esse ciclo natural corre em paralelo com o processo de seleção e formação tradicionalmente levado a cabo nesta nossa Escola onde tudo começa.
Texto do Coronel R1 Capellano com adaptações do General de Exército R1 Schons





